A truculência custou a reeleição a Jair Bolsonaro (PL) e agora o leva ao caminho do infortúnio pessoal e da inevitável perda de relevância no cenário nacional.
A trilha foi aberta pelo filho Eduardo (PL) no afã de posar como fonte de inspiração de Donald Trump na ofensiva por imposição de prejuízos ao Brasil.
Começou exigindo anistia ao pai e acabou colocando nele uma tornozeleira de vigilância cautelar, a fim de que não repita a façanha de Carla Zambelli (PL) que fugiu do país nas barbas da justiça. É o mesmo 03 da bazófia sobre fechar o Supremo Tribunal Federal com “um cabo e um soldado”.
Faz jus ao apelido dado em 2020 pelo então vice-presidente, Hamilton Mourão, ao sugerir que se trocasse o sobrenome dele de Bolsonaro para Bananinha.
Pois de novo atrapalhou-se ao se colocar como porta-voz de Trump, levando com ele a arrancada do projeto da direita para 2026. Os planos desse campo de ascender ao Palácio do Planalto terão de ser revistos. Ou o centrão dá meia-volta nessa aliança ou se afunda junto.
Flávio Bolsonaro (PL), senador e tido como o moderado da família, aludiu aos ataques atômicos ao Japão na Segunda Guerra para alertar sobre o risco de um confronto com os Estados Unidos. O irmão ecoou o exemplo dizendo, em tom de vanglória, que Trump ainda pode jogar “uma bomba nuclear” no Brasil.
A violência aí se expõe como método na resolução de conflitos. Uma via oposta à da política, arena em que os extremistas não sabem jogar com competência exigida para a obtenção de ganhos a longo prazo.
Conseguiram nos últimos sete anos (nada, em termos históricos) reunir batalhões de adeptos, mas perderam para a institucionalidade as batalhas impulsionadas por um DNA de selvageria incompatível com as ferramentas de urbanidade, astúcia, interpretação correta dos fatos e visão estratégica necessárias à consumação exitosa de projetos de poder.
Ao menos assim é no regime democrático que pretenderam, mas foram impedidos de destruir.
Brasília Hoje
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Fonte ==> Folha SP