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O apocalipse criado por Lula e Bolsonaro – 20/07/2025 – Lygia Maria

A imagem mostra um grupo de pessoas em um evento político, com destaque para um homem de cabelos grisalhos e barba, que parece emocionado, com os olhos fechados e as mãos unidas em um gesto de oração ou agradecimento. Ao seu redor, várias mãos estão levantadas, algumas tocando-o, enquanto outras seguram microfones e câmeras. O ambiente é de intensa interação e apoio emocional.

No documentário “Apocalipse nos Trópicos”, Petra Costa trata uma realidade complexa de modo simplório, por meio de narrativa moralista que divide o Brasil entre mocinhos e vilões. No filme, os culpados pela ascensão do bolsonarismo são os evangélicos.

Além de falhar em estabelecer causalidade entre teologia e ação política e ignorar a diversidade do cristianismo neopentecostal, há outro ponto cego: o papel do PT no processo de radicalização que culminou no 8 de janeiro.

Eduardo Jorge, candidato a vice na chapa de Marina Silva, em 2018, resumiu a questão. “Com a diuturna pregação do Lula de que o país estaria dividido entre ‘nós e eles’, e eles seriam os inimigos do povo, esses ‘inimigos do povo’ se organizam.” Adicionando corrupção e recessão, “criou-se um ambiente de guerra. Portanto, o Bolsonaro é obra do Lula”.

Um dos inimigos era a atividade jornalística. Em 2010, cerca de mil intelectuais, juristas e jornalistas assinaram manifesto em defesa da liberdade de imprensa. Em 2014, o site do PT publicou uma lista negra de jornalistas, o que levou a ONG Repórteres sem Fronteiras a apontar riscos à liberdade de imprensa no país.

Outro inimigo para a militância é o “pobre de direita”. Nova mostra do velho elitismo intelectual de parte da esquerda, como a caricatura dos evangélicos no filme. Mas, na hora do voto, vale tudo —recordem-se as cartas de Lula e Dilma a esse grupo religioso em algumas das eleições que levaram o PT a governar por 15 anos.

Segundo pesquisa da UFPR, 48% dos entrevistados acham que o Congresso Nacional deve ser ignorado se atrapalhar o trabalho do governo (entre eleitores de Lula, são 56%, entre os de Bolsonaro, 46%). Ante a afirmação: “O presidente deve poder ignorar decisões judiciais consideradas politicamente tendenciosas”, 44% concordam (49% dos lulistas e 42% dos bolsonaristas).

Petra foca os evangélicos, mas a postura antidemocrática não depende de ideologia, e políticos que incitam polarização para manter poder, como Lula e Bolsonaro, são os responsáveis pela desordem institucional cujas causas tanto interessam à cineasta.



Fonte ==> Folha SP

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