Estados Unidos impõem tarifa de 50% a produtos brasileiros a partir de 6 de agosto, a maior taxação global. A medida é retaliação à perseguição política a Bolsonaro e pode escalar se o governo Lula reagir, alertam especialistas.
- A principal medida imposta pelos EUA é uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a maior aplicada a qualquer país, que entrará em vigor em 6 de agosto. Esta não é uma sanção formal, mas utilizada com tal finalidade pelo governo Trump. Especialistas alertam que uma retaliação do Brasil, como tarifas recíprocas de 50%, levaria a aumentos ainda maiores por parte dos EUA, podendo chegar a 100% e inviabilizar o comércio entre os dois países.
- A tarifa afetará entre 55% e 60% das exportações brasileiras aos EUA, representando cerca de US$ 23,9 bilhões em produtos com base em dados de 2024. Estudos indicam que uma retaliação brasileira de 50% causaria uma queda de 2,3% no PIB nacional, a eliminação de 1,9 milhão de empregos e perdas significativas na arrecadação tributária. Em um cenário de escalada total, as perdas poderiam atingir até 6% do PIB brasileiro e 5 milhões de empregos em um horizonte de cinco a dez anos.
- As ações dos EUA são justificadas por acusações de que o Brasil adotou medidas “sem precedentes” que ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia americana. Isso inclui interferências na economia, violações da liberdade de expressão, direitos humanos e, notadamente, a perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e as ações do ministro Alexandre de Moraes, consideradas violadoras de direitos humanos pelos EUA.
- O governo Lula, que inicialmente cogitou retaliação recíproca, é criticado por ignorar alertas de sanções há mais de um ano e por manter uma postura de confronto ideológico com o presidente Trump. A falta de diálogo e negociação em alto nível por parte do Executivo brasileiro, preferindo “bravatas patrióticas” e focando em ganho eleitoral, levou a um impasse diplomático inédito e a um cenário “irreversível” no curto prazo.
- Além das tarifas, os EUA têm a capacidade de impor outros sete tipos de sanções: embargos abrangentes (bloqueio quase total de relações, como com Irã, Coreia do Norte e Cuba); sanções secundárias (impedindo o país sancionado de fazer comércio com qualquer outra nação); sanções setoriais (restrições a setores específicos como energia, finanças ou defesa, como com Rússia e Venezuela); sanções a indivíduos (Lei Magnitsky Global, aplicada a Moraes); sanções direcionadas (restrições pontuais); proibição de venda ou transferência de equipamentos militares; e retaliações no meio diplomático (expulsão de diplomatas, rompimento de relações).
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Fonte ==> UOL