Daqui a um ano, no dia 19 de julho, está agendada a final da Copa do Mundo de 2026, que deve acontecer no mesmo MetLife Stadium que acabou de abrigar a decisão do Mundial de Clubes. O 19 de julho também é celebrado no Brasil como o Dia Nacional do Futebol.

Para marcar a data, o MIS (Museu da Imagem e do Som) realiza a primeira edição da FutMIS, mostra com longas e curtas que refletem diferentes aspectos do esporte dito bretão, incluindo conquistas marcantes, relação da torcida com estádio, futebol feminino e até a transmissão, com o trabalho de narradores. A mostra acontece às sextas e sábados até 26 de julho, gratuitamente, no Lab MIS e no auditório do museu.

Uma das melhores produções feitas relacionadas ao gênero está presente, o ótimo “Maldito Futebol Clube” (2009), filme inglês de Tom Hooper, o mesmo diretor de “O Discurso do Rei”, com roteiro de Peter Morgan, criador da celebrada série “The Crown”.

Recheado com a ironia tipicamente inglesa, o filme parte de acontecimentos reais no início dos anos 1970 ao mostrar a rápida e turbulenta passagem do técnico Brian Clough pelo Leeds United. No entanto, a história apresenta uma rixa quase doentia de Clough com seu antecessor no Leeds, Don Revie, que trocou o time —que era o campeão inglês da época— pela seleção.

A boa sacada do roteiro é se ater mais aos bastidores do que tentar reproduzir cenas de partidas, sempre um desafio —há várias imagens reais de jogos da época. Isso num período em que estádios enlameados e a brutalidade nas quatro linhas davam o tom. O filme será exibido neste sábado (19), às 18h15.

Corinthians e Palmeiras estão representados na FutMIS em documentários curiosos. O alvinegro está no minidocumentário “Corinthians vs. Bologna 1929”, de 7 minutos de duração (praticamente um acréscimo de Copa).

O curta traz imagens do que, reza a lenda, foi o primeiro jogo filmado do Corinthians. A partida amistosa foi disputada curiosamente no estádio Palestra Itália com uma fácil vitória corintiana por 6 a 1, com mais gente em campo do que na torcida —as arquibancadas tiveram cerca de 20 testemunhas.

Já o diretor Rogério Zagallo mostra em “Primeiro Tempo” (2011) a relação da torcida palmeirense com o estádio Palestra Itália, casa do time que seria demolida para dar lugar ao moderno Allianz Parque. O média-metragem (47 minutos) traz cenas do último jogo entrecortadas com depoimentos de ex-jogadores e torcedores. Os filmes de Corinthians e Palmeiras serão apresentados na mesma sessão, sábado (26), às 14h, com o divertido “Juventus Rumo a Tóquio”, curta sobre um dia de 2007 na história do querido time da Mooca.

Um dos principais locutores do país, José Silvério rouba a cena no curta “O Pai do Gol”, apelido que ganhou por ser, bem, o pai do gol. A câmera de Luiz Ferraz acompanha o trabalho do narrador durante um São Paulo x Flamengo, no Morumbi, cujas emoções podem ser transmitidas sem mostrar o que acontece em campo, só na voz de Silvério.

Representante do futebol feminino, o drama “Marinette” (sexta, 25, às 20h30) é a cinebiografia da francesa Marinette Pichon, revelando sua infância difícil com um pai alcoólatra, até a profissionalização e o sucesso com a seleção. Pichon se tornou depois a primeira jogadora francesa a atuar na liga americana.

É possível explorar outras histórias ficcionais curiosas ou emocionantes inspiradas pelo futebol. Talvez o filme mais original, e raro, da mostra seja “O Mistério do Estádio do Arsenal”, longa de 1939 de Thorold Dickinson.

Na trama, um assassinato acontece em pleno Highbury, a antiga casa do time de Londres. A vítima é um jogador do The Trojans que teria sido envenenado. Os próprios colegas de time e uma ex-amante estão entre os suspeitos. Nada de VAR para resolver o mistério.

Além dos filmes, o MIS vai sortear prêmios que incluem livros sobre futebol e camisetas retrô, entre outros mimos. Para completar a programação, nos dias 19 e 25, três editoras estarão vendendo livros temáticos e também será realizada uma feira com troca de camisas colecionáveis.