O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, cobrou governadores da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a “fazer valer as prerrogativas dos seus mandatos” e defenderem o Brasil contra o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros, que entra em vigor nesta quarta (6).
O ministro falou em uma “união nacional” contra a taxação e pediu a eles que dialoguem com a “extrema direita”, que é quem, na visão dele, articulou as sanções ao país.
“Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer. Governador tem mandato, foi eleito pelo povo, tem que defender os interesses do seu estado”, disparou em entrevista ao chegar ao ministério mais cedo.
A mesma cobrança foi feita a empresários que possuem proximidade com a oposição que, na visão dele, está atrapalhando o país. “É preciso também fazer gestão junto à oposição pra acabar com essa história”, pontuou.
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Haddad ainda afirmou que está preocupado com a “ação da família Bolsonaro” nos Estados Unidos, e que há uma declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçando o Congresso Nacional. Embora não tenha citado exatamente o teor da fala, o ministro pode ter se referido a uma entrevista que o parlamentar deu a um canal norte-americano em que falou sobre “fazer pressão em senadores e deputados a favor da lei da anistia”.
Na terça (5), parlamentares da oposição barraram a retomada das sessões da Câmara e do Senado após o recesso parlamentar, ocupando as mesas diretoras e pedindo uma reunião das lideranças com os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente. A expectativa é de que os encontros ocorram ainda nesta quarta (6), possivelmente às 11h.
“A oposição está atrapalhando o país, e não sou eu que estou dizendo. É a oposição que está dizendo que vai atrapalhar o país, estão anunciando isso. Tem uma entrevista de um líder da extrema direita brasileira dizendo que vai fazer o possível para continuar atrapalhando o país”, seguiu Haddad nas críticas afirmando que o Brasil é o “campeão de debate democrático no mundo”.
Ele afirmou, ainda, que “existe uma força extremista no Brasil agindo contra o interesse nacional” que estaria afetando diretamente a economia e os empregos. Isso, disse Haddad, justificaria a necessidade de uma atuação direta de empresários com a oposição.
“O empresariado brasileiro tem que passar a mão no telefone e ligar pra turma que quer ver o circo pegar fogo [e falar para] parar com isso. Estão prejudicando o país pelo que”, questionou fazendo a mesma cobrança aos governadores.
Haddad ainda disparou que o Brasil “é o único país do mundo” que tem gente trabalhando em Washington contra o próprio país, diferente da China, da Índia, da Rússia e da União Europeia que também tiveram a imposição de altas taxações. “Um crime de lesa pátria que está sendo cometido diariamente”, completou.
Mais informações em instantes.
Fonte ==> UOL