Reduzir a obesidade a uma simples questão de “comer menos e se exercitar mais” é ignorar a complexidade dessa condição. De acordo com o médico especialista em saúde mental Iago Fernandes, a obesidade é uma doença multifatorial que envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais e comportamentais. Enxergar apenas o peso é olhar para a superfície de um problema que começa muito antes do prato.
Fernandes explica que há pessoas com predisposições genéticas e alterações hormonais que favorecem o ganho de peso, o que já torna o processo de emagrecimento mais difícil. Mas o fator biológico é apenas uma parte do quadro. “Muitos pacientes relatam que a comida se torna uma forma de alívio emocional. Eles comem para acalmar a ansiedade, preencher um vazio afetivo ou compensar frustrações. Isso cria uma relação disfuncional com o alimento que precisa ser tratada com cuidado”, afirma o médico.
Além do aspecto emocional, o ambiente social também exerce influência direta. Vivemos em uma cultura que oferece alimentos ultra processados, acessíveis e baratos, ao mesmo tempo em que impõe padrões corporais rígidos e, muitas vezes, inatingíveis. Essa combinação favorece o ciclo de culpa e restrição, comum em quem tenta emagrecer sem apoio profissional.
Para Fernandes, o tratamento da obesidade precisa ser pensado como um trabalho em equipe. “É um processo que deve envolver endocrinologistas, nutrólogos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Cada profissional atua em uma parte do problema, e o resultado só aparece quando essas áreas se integram.”
O médico explica que o papel do psicólogo é fundamental para ajudar o paciente a lidar com as emoções que acabam refletindo na alimentação. Já o nutricionista comportamental ensina a desenvolver uma relação mais consciente e equilibrada com a comida. “Quando o paciente compreende seus gatilhos, aprende a comer com atenção e entende o que o corpo realmente precisa, o emagrecimento se torna uma consequência natural, e não uma punição”, ressalta Fernandes.
Ele reforça que o maior desafio não é perder peso, mas sustentar a mudança no longo prazo. Para isso, é essencial tratar a obesidade como uma questão de saúde integral, e não apenas estética. “Cuidar do corpo sem cuidar da mente é caminhar pela metade. A transformação acontece de verdade quando o paciente se sente acolhido, compreende suas emoções e encontra prazer em cuidar de si mesmo”, conclui.
Sobre dr. Iago Fernandes:
Graduação em medicina pela universidade de Taubaté.
Pós-graduado saúde mental e bem-estar. (ebramed).Pós-graduado em psiquiatria da infância e adolescência. (afya)Habilitação internacional em cannabis medicinal. (wecann academy). Pós-graduado em TDAH e TEA. (cbi of miami). Pós-graduado em suplementação em saúde mental. (focus)Pós-graduando em medicina do sono.
Pós-graduando em medicina da dor.Membro da sociedade internacional de médicos pesquisadores e prescritores de cannabis medicinal – wecannMembro da sociedade brasileira de estudos da cannabis sativa – sbec
Membro da sociedade internacional de médicos pesquisadores e prescritores de cannabis medicinal – wecann
Membro da sociedade brasileira de estudos da cannabis sativa – sbec
