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‘Too Much’: Lena Dunham volta mais tolerante com o amor – 13/07/2025 – Cinema e Séries


The New York Times

Quando Lena Dunham se mudou para Londres em 2021, ela havia desistido do amor. “O resto da minha vida será apenas sobre minha família, meus animais e meu trabalho”, lembrou ter dito a si mesma.

Mas o amor não havia desistido dela. Logo após sua mudança, ela conheceu o músico Luis Felber. Ela não esperava nada sério. “Eu estava vendo como algo passageiro. É divertido sair com um rapaz durante a pandemia”, disse Dunham. No outono daquele ano, eles estavam casados.

Logo, surgiram relatos de que Dunham e Felber estavam desenvolvendo um programa baseado em seu relacionamento. Essa série de 10 episódios, “Too Much”, chegou recentemente à Netflix.

“Too Much” se junta a comédias recentes como “Fleabag”, “Catastrophe: Sem Compromisso”, “Insecure”, “Jane the Virgin” e “Crazy Ex-Girlfriend” na ampliação da abertura da comédia romântica. Para as garotas que cresceram com “Girls” —o que inclui Dunham, que tinha apenas 23 anos quando vendeu a série para a HBO— a nova série é uma oportunidade de reajustar o gênero, que apesar dos esforços recentes permanece estranhamente engessado.

O casamento heterossexual ainda é o objetivo? E os personagens, particularmente as mulheres, precisam se tornar as melhores versões de si mesmas para merecer o amor? As garotas que não têm seus empregos dos sonhos, que são apetitivas e atrevidas e ocasionalmente autoras de algumas escolhas terríveis talvez também mereçam um final feliz.

É aí que entram as personagens de Dunham, Janicza Bravo, Emily Ratajkowski e Megan Stalter, o quarteto de estrelas da série. Os relacionamentos entre as mulheres da trama não são tão casuais ou aconchegantes, pelo menos no início.

Stalter, atriz e comediante mais conhecida por “Hacks”, é a protagonista Jessica, uma produtora que se muda de Nova York para Londres após um desastre romântico. Dunham interpreta Nora, irmã de Jessica, que se separou de seu marido recém-poliamoroso (Andrew Rannells). Bravo interpreta Kim, uma colega de Jessica que tem uma queda por outra colega de trabalho. E Ratajkowski interpreta Wendy, uma influenciadora de tricô que é namorada do ex de Jessica.

Quando mais jovens, todas as intérpretes gostavam de comédias românticas —”Splash – Uma Sereia em Minha Vida”, “Simplesmente Amor”, “O Diário de Bridget Jones” e todas as criadas por Nora Ephron. Elas assistiam com entusiasmo sem hesitar. Mas como adultas, começaram a ter perguntas.

Tipo: o vilão de “O Casamento do Meu Melhor Amigo” é na verdade o noivo? Bridget Jones era realmente considerada gorda? Uma “comédia de coma” como “Enquanto Você Dormia” é mesmo ética? Hugh Grant em “Um Lugar Chamado Notting Hill” era meio stalker? Por que as mulheres eram constantemente colocadas para competir? Algum homem heterossexual tem salvação?

Mesmo que um espectador deixasse essas preocupações de lado, essas comédias eram frequentemente limitadas e limitantes. Com poucas exceções, as heroínas desses filmes eram brancas, heterossexuais e de tamanho padrão (mesmo Jones). E, se elas fossem meio neuróticas ou inseguras, esse desarranjo costumava ser resolvido antes dos créditos finais.

Mas a vida nem sempre é assim. Ou não é apenas assim. O amor pode vir quando você não está esperando. Nem sempre precisa ser merecido. Essa foi a experiência de Dunham.

Um prodígio de Hollywood, ela fez seu primeiro filme, “Mobília Mínima”, logo após a faculdade e emplacou “Girls” logo depois. Enfrentou desafios de saúde e um rompimento doloroso antes de se mudar para Londres (ela se apaixonou pela Grã-Bretanha enquanto filmava a comédia medieval “Catarina, a Menina Chamada Passarinha”, de 2022).

Ela não estava procurando amor, mas o amor a encontrou mesmo assim. E ela queria fazer uma comédia romântica que refletisse essa realidade —a história de uma mulher que, como Dunham definiu, “está vivendo naquela confusão de: eu sei quem sou, e estou bem sozinha, mas também não seria bom ter alguém para comer sopa à noite?”.

Enquanto “Too Much” dialoga com comédias românticas clássicas, há diferenças tanto importantes quanto pequenas. O elenco é um pouco mais diverso, os tipos de corpo mais variados. Embora Jessica inicialmente queira competir com Wendy, as mulheres acabam encontrando uma causa comum.

E “Too Much” permite que Jessica viva em suas imperfeições, sem necessariamente consertá-las. Ela não precisa ser um anjo, uma garota dos sonhos ou uma santa para ser amada. Seu novo namorado, Felix, um músico interpretado pelo ator inglês Will Sharpe (da segunda temporada de “The White Lotus”), diz que ela é “demais” de uma maneira boa.

Dunham já foi chamada de “demais”. Esse “ser demais” nunca a incomodou, mas, como ela observou, frequentemente incomodava os outros. O que faz de “Too Much”, a série e o título, uma espécie de reclamação.

“Eu simplesmente tenho uma incapacidade de não continuar sendo eu mesma”, disse ela. “E o denominador comum de cada mulher que eu amo é que ela é, à sua própria maneira, demais.”

Bravo concordou. O que significa ser demais? “É apenas acordar e se mover pelo mundo”, disse ela. “Eu fiz isso esta manhã. Estou fazendo agora. Estamos todas nesta sala porque somos exatamente demais. Se não tivéssemos sido muito, então não estaríamos aqui.”

Por ser uma série e não um filme, Dunham conseguiu escrever arcos para a maioria dos personagens, mais velhos e mais jovens, heterossexuais e queer. Rita Wilson, veterana de comédias românticas como “Sintonia de Amor”, havia jurado não interpretar mais o que ela descreveu em uma ligação telefônica como “a mãe calorosa, gentil e acolhedora”.

Mas tendo trabalhado com Dunham em “Girls”, ela sabia que sua personagem, a mãe de Jessica e Nora, não seria apenas uma mãe típica. De fato, Lois desfruta de um romance próprio. “Me sinto libertada trabalhando com Lena”, disse Wilson. “Senti isso em ‘Girls’, e senti isso em ‘Too Much’.”

Rhea Perlman, fã de “Girls” (e uma lenda da série “Cheers”) que interpreta a avó de Jessica e Nora, ecoou isso. “Lena tem um jeito de criar e dirigir que faz as pessoas se sentirem livres”, disse. “Talvez algumas pessoas se incomodem com tanto sexo e tanta conversa sobre sexo. Mas ela tornou tudo tão engraçado e tão real.”

De maneiras significativas, “Too Much” não é “Girls”. “Girls”, argumentou Dunham, era sobre sexo. “Too Much” é sobre se apaixonar (alguma das garotas de “Girls” encontrou o amor? Talvez a Shosh de Zosia Mamet, mas ao custo de suas amizades de longa data). E, embora tenha sua parcela de momentos desconfortáveis, esta nova série troca o hiperrealismo de “Girls” por um olhar mais indulgente.

A ênfase do programa na beleza se estendeu às cenas de sexo, que Dunham queria que transmitissem carinho. “Isso foi algo novo para mim”, disse ela. Depois de filmar uma cena entre Kim e seu interesse amoroso do trabalho, interpretado por Daisy Bevan, ela percebeu que as imagens pareciam muito desajeitadas e simples. E refilmou a cena.

O programa pode ter começado com a história de Dunham, mas ela tentou torná-lo amplo o suficiente para que quase qualquer pessoa possa se imaginar no final feliz de Jessica. Era isso que Stalter queria quando era menina assistindo a comédias românticas. É o que ela quer agora. “Você quer viver a fantasia”, disse ela. “Você quer se ver.”



Fonte ==> Folha SP

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