Trump afirmou que, no dia 4 de julho de 2026 —feriado da independência dos EUA—, haverá um evento do UFC (Ultimate Fighting Championship) dentro da Casa Branca. Não é qualquer aniversário: o país completará 250 anos. O presidente prometeu um ano inteiro de celebrações, mas escolheu justamente essa data para marcar o dia com um show de gladiadores.
A imprensa americana consultou o UFC, que confirmou a realização do evento.
Trump não está apenas reinventando o governo e a economia dos EUA. Ele também está mudando o cenário esportivo ao voltar os holofotes presidenciais para um esporte relativamente novo —promovido, em seus primórdios, como “a coisa mais próxima de uma briga de rua” que se podia ver na TV.
O MMA, ou artes marciais mistas, é o esporte favorito do presidente. Dana White, CEO do UFC, é seu aliado há mais de 20 anos.
No início dos anos 2000, o UFC era uma organização quase falida, proibida na maioria dos estados americanos. O então senador John McCain, candidato à Presidência pelo Partido Republicano, chegou a descrevê-lo como “rinha de galo humana”. Mas Trump abriu para White as portas de suas propriedades e frequentou os primeiros eventos como fã, ajudando a atrair a atenção da mídia para o esporte.
Hoje, o UFC é avaliado em cerca de US$ 7 bilhões (R$ 39 bilhões) e se consolidou como um espaço onde jovens e adultos, especialmente das camadas trabalhadoras —eleitores de Trump—, se reúnem para celebrar valores como meritocracia, oportunismo, resiliência e masculinidade.
Por que Trump está projetando o MMA dessa forma? São vários os motivos. Com o UFC, o presidente se aproxima de eleitores jovens, incluindo latinos e negros, desinteressados em política, que contribuíram para sua vitória.
Além disso, o UFC é a maior organização do setor e controla todos os aspectos do espetáculo: da contratação dos atletas à realização das lutas e à geração das imagens. É como se, no futebol, uma única entidade reunisse as funções da Fifa, dos clubes e das produtoras de conteúdo. E trata-se de um esporte global, com audiência internacional consolidada.
Segundo o Ariel Helwani Show, principal veículo de cobertura de MMA na América do Norte, o evento deve ocorrer nos jardins dos fundos da Casa Branca. A expectativa do presidente é reunir cerca de 25 mil pessoas no local.
A maré é favorável para o UFC e para Dana White, que negociam atualmente os direitos de transmissão dos eventos pelos próximos cinco anos. A Netflix, que transmitiu ao vivo a luta entre Mike Tyson e o youtuber Jake Paul no ano passado, está entre os potenciais parceiros. Se confirmado, o evento na Casa Branca pode se tornar o maior espetáculo esportivo de 2026.
Há expectativa de que lutadores apoiadores de Trump, como Michael Chandler, Sean Strickland, Colby Covington e Jon Jones, participem. Este último é a maior estrela do esporte nos EUA e acaba de anunciar sua aposentadoria sem jamais ter sido derrotado. Ele já teria um oponente, o inglês Tom Aspinall, atual campeão interino dos pesos-pesados.
Imaginem: um inglês e um americano lutando no jardim da Casa Branca para celebrar o fim da guerra de independência entre os dois países?
Fonte ==> Folha SP