Search
Close this search box.

Sob ataque de Trump, Fed tenta conter inflação – 21/06/2025 – Opinião

A imagem mostra um evento oficial ao ar livre, onde um homem de cabelo grisalho e óculos está falando ao microfone. Ele usa um terno escuro e uma gravata clara. Ao fundo, um homem com cabelo loiro e uma expressão séria observa. O ambiente é bem iluminado, com vegetação visível ao redor.

O banco central americano (Fed) manteve inalterada a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano na quarta (18). A decisão, esperada pelos mercados, reflete a abordagem cautelosa do órgão diante de incertezas no ambiente econômico, impulsionadas pela política comercial do presidente Donald Trump, particularmente sobre as tarifas, que impactam a inflação.

A estimativa do Fed para a alta de preços em 2025 subiu para 3,1%, ante 2,8% em março. Ao mesmo tempo, caiu a de crescimento neste ano, de 1,7% para 1,4%, enquanto o desemprego deve subir ligeiramente para 4,5%, ante estimativa anterior de 4,4%.

Manteve-se a projeção mediana de dois cortes na taxa de juros de 0,25 ponto percentual em 2025, um sinal de continuidade até que haja maior clareza. Há, no entanto, crescente divisão interna no comitê de política monetária da entidade quanto ao momento e à extensão de futuros afrouxamentos. Dez membros apoiam ao menos dois cortes, enquanto nove visam um ou nenhum.

Alguns deles, preocupados com a carestia induzida por tarifas, defendem a restrição prolongada para evitar um salto nas expectativas de inflação, especialmente porque as empresas relatam custos crescentes. Outros, citando sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, apoiam a antecipação dos cortes para impulsionar a atividade.

A tensão aumenta ainda com as críticas agressivas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell —comportamento semelhante ao do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Repetindo equivocadas crenças populistas, além de ofensas como “perdedor” e “não é uma pessoa inteligente”, o republicano tem exigido cortes robustos de juros, alegando que impulsionariam o crescimento e reduziriam os custos da dívida federal.

Na verdade, porém, não persistir no esforço de controle da inflação elevaria o peso de domá-la posteriormente, na forma de juros ainda mais altos e perda de bem-estar para a população.

Felizmente, em maio de 2025, a Suprema Corte reafirmou a estrutura do Fed na burocracia federal, protegendo a instituição dos ataques de Trump.

Por ora, Powell se equilibra e mantém o rumo. Em coletiva de imprensa, enfatizou uma abordagem orientada por dados, do tipo “esperar para ver”. Assim, o cenário mais provável, mesmo com as investidas do presidente americano, parece ser o de juros menores ao longo deste ano no principal centro financeiro global.

editoriais@grupofolha.com.br



Fonte ==> Folha SP

Relacionados

Principais notícias

O Crime Quase Perfeito: A Fraude de Diplomas que Engana o Brasil
A educação no Brasil está em colapso — inovar já não basta: é hora de romper com o velho modelo
Globo transfere séries de humor do Viva para o Multishow - 08/05/2025 - Outro Canal

Leia mais

natany-6-1-
Jovem é sequestrada na saída de igreja, feita refém no próprio carro e morta no Ceará; três são presos
Professor estressado e cansado _ Foto Premium
Como Evitar o Apagão de Professores? A Solução Não é Complexa
Imagem do WhatsApp de 2025-02-14 à(s) 18.34
Análise Preditiva: O Segredo por Trás do Crescimento das Empresas
Imagem do WhatsApp de 2025-02-14 à(s) 18.34
Vision Smart Analytics: O Novo Aliado das Empresas na Era dos Dados
Imagem do WhatsApp de 2025-01-09 à(s) 21.44
Segurança Pública: um desafio que exige soluções urgentes e integradas
empreendimentos-industriais-768x512
Ceará é o terceiro do Nordeste com mais empresas beneficiadas por incentivos