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Julio Andrade chorou ao ver Ravel como Raul Seixas – 23/06/2025 – Thiago Stivaletti

Depois do sucesso do filme de Ney Matogrosso, agora é Raul Seixas quem finalmente ganha um retrato na ficção. A série “Raul Seixas: Eu Sou”, que estreia nesta quinta (26) no Globoplay, traz Ravel Andrade, irmão de Julio Andrade, vivendo o artista que mudou a cara do rock no Brasil.

Se na vida eles são irmãos, na série eles vivem pai e filho pela primeira vez. Os encontros não param aí: os dois já viveram no cinema o escritor Paulo Coelho, um dos grandes parceiros artísticos da vida de Raul.

Em entrevista coletiva nesta segunda (23), Julio, que viveu o Rubinho no remake de “Vale Tudo” (Globo), disse que chorou de emoção ao ver o irmão caracterizado como Raul Seixas pela primeira vez e teve que sair do estúdio para não atrapalhar as gravações.

“O Ravel já nasceu meio Raul, com o violão debaixo do braço. Meu maior orgulho é que fui eu que dei o primeiro violão da vida dele”, relembra. Quando o Ravel foi escalado, Julio ligou ao diretor Paulo Morelli para participar do projeto. “Eu precisava estar com o meu irmão nesse momento tão importante da carreira dele”.

Ravel contou que a preparação para Raul envolveu o apoio de ao menos quatro preparadores: um para o corpo, outro “para a psique”, um terceiro para a prosódia (a maneira de falar) e um quarto para a preparação vocal das músicas. São cerca de 60 composições do Maluco Beleza em oito episódios. “O Raul e o Paulo Coelho faziam letras altamente libertárias em plena ditadura, falavam numa sociedade alternativa. A gente foi ficando mais careta depois disso”, pensa o ator.

Pai dentro e fora das telas

Um drama da vida real acabou influenciando o trabalho de Ravel. Quando recebeu o convite para viver Raul, ele e sua mulher, a atriz Andréia Horta, viviam a dor de uma gravidez interrompida com poucas semanas.

Ravel conta que foi “complicado” fazer as cenas em que via nascer ou cuidava das três filhas de Raul. “Eu convivi com um certo trauma por um tempo. Viver esse lado pai do Raul foi uma espécie de cura. Mas ao contrário dele, que escolheu um caminho de vícios e excessos que o afastou das filhas, tento ser um pai muito presente.” No final do ano passado, ele e Andréia tiveram Yolanda, hoje com sete meses.

O ator faz questão de destacar que a série não tenta “limpar” a imagem de Raul. “Não é uma série chapa branca. A gente mostra o que aconteceu com essas mulheres, não tentamos passar pano para ele.” Ao mesmo tempo, “Raul Seixas: Eu Sou” tenta mostrar o lado menos conhecido do público, como o homem que era tímido em sua vida pessoal, bastante reservado, que passava horas lendo quieto num canto da sua casa. Ao todo, foram cinco casamentos, que terminaram na maior parte das vezes de maneira turbulenta.

Tom psicodélico

Um dos “baratos” da série é adotar um tom surrealista em algumas cenas, como se estivéssemos dentro da cabeça delirante e psicodélica do artista. É assim que vemos Raul ser sugado para dentro da própria poltrona, ou saindo da poltrona direto para um mergulho na água.

Escolhido para viver Paulo Coelho, João Pedro Zappa conta que ajudou muito o fato de Ravel ser um de seus melhores amigos há mais de dez anos. O ator, de filmes como “Gabriel e a Montanha” e da novela “Nos Tempos do Imperador”, não conversou com o escritor para viver o personagem. “Ele se distanciou muito daquilo que ele foi [no passado]. Meu papel era defender o Paulo Coelho da história, mesmo que o Paulo de hoje tenha críticas ao Paulo daquela época.”

Produzida pela O2 Filmes, a série tem direção de Paulo Morelli (de “Cidade dos Homens”) e de seu filho Pedro Morelli (da série “Irmandade”). Foram 15 anos desde a primeira vez em que eles sonharam em escrever e dirigir a história de Raul Seixas. “O Raul é um artista que fala com diversas gerações. Tanto que estamos aqui, pai e filho, contando essa historia”, diz Pedro.

“Raul Seixas: Eu Sou”

Todos os oito episódios disponíveis nesta quinta, dia 26, no Globoplay

Foto de Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Foi repórter na Folha de S.Paulo e colunista do UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow)



Fonte ==> Folha SP

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