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Caso Juliana Marins vira debate político nas redes sociais – 30/06/2025 – Encaminhado com Frequência

Uma mulher sorridente está em pé em um penhasco, com o mar ao fundo. Ela usa uma jaqueta jeans, uma camiseta e um boné. Em uma das mãos, ela segura um pirulito vermelho, enquanto a outra mão está levantada. A mulher tem um cachecol vermelho e preto ao redor do pescoço e uma câmera pendurada no pescoço.

A morte de Juliana Marins, turista brasileira que caiu em uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, comoveu o país e gerou forte repercussão nas redes sociais. Desde que seu desaparecimento foi anunciado, e principalmente após a confirmação do óbito, o caso ganhou espaço em grupos públicos de WhatsApp e Telegram. A tragédia pessoal rapidamente se transformou em um caso de debate coletivo, seja pela situação da queda e dos riscos envolvidos na trilha como também pelas circunstâncias das tentativas de resgate.

De acordo com o monitoramento em tempo real da Palver em mais de 100 mil grupos públicos de mensageria, o nome de Juliana Marins atingiu picos de menção dos dias 25 a 27 de junho. O conteúdo incluiu desinformação, julgamento moral e ataques direcionados. Em vários grupos, principalmente os de maior tendência ideológica, a narrativa deixou de ser sobre Juliana e passou a ser sobre aquilo que ela simbolizava para cada lado.

Entre os grupos de esquerda, Juliana foi tratada como vítima de um acidente trágico, e as discussões se voltaram para as dificuldades do resgate, a ausência de suporte consular e a indiferença das autoridades indonésias. Algumas mensagens também direcionaram críticas à imprensa por espetacularizar a morte da jovem, transformando-a em entretenimento.

Houve ainda uma série de críticas à agência de turismo responsável pelo passeio de Juliana. Os usuários tiveram como base as matérias citando Mariana Marins, irmã da vítima e que destacou o descaso da empresa com a família desde o primeiro momento, uma vez que teriam sido informados pelo acidente por outros turistas que passavam pelo local.

Nos grupos alinhados à direita, algumas mensagens buscaram enquadrar Juliana como “esquerdista” ou parte de uma “elite progressista que despreza o Brasil e idolatra o exterior”. Foram frequentes as insinuações de que ela estaria envolvida em um turismo “irresponsável”, acompanhado de ironias sobre o fato de ter morrido em um país de maioria muçulmana.

Outras mensagens mais extremadas, ainda nos grupos de direita, chegaram a insinuar que Juliana foi usada como “instrumento” para desviar atenção de notícias que afetariam o governo Lula. Esse tipo de mensagem ganhou intensidade na última quinta-feira (26), a partir do momento em que Lula anunciou em sua conta do X que havia falado com Manoel Marins, pai de Juliana, e que havia se responsabilizado pelo translado do corpo até o Brasil.

Para que pudesse realizar o pagamento à família, Lula precisou alterar um decreto de 2017 que impedia o Itamaraty de realizar esse tipo de custeio. Apesar dos esforços do governo federal, no último sábado (28), a Prefeitura de Niterói, cidade em que a jovem morava, anunciou que arcou com as despesas do traslado, transferindo à família o valor de R$ 55 mil. Além disso, o prefeito da cidade, Rodrigo Neves (PDT), também informou a realização de uma homenagem para Juliana ao dar seu nome a um dos mirantes da cidade.

Nas redes sociais e também na imprensa, a quantidade de informações, verdadeira ou não, sobre casos que ganham repercussão nacional, como o de Juliana, faz com que o tema seja facilmente capturado por interesses diversos, seja na tentativa de polarizar a discussão, seja na busca por engajamento. Por essa razão, iniciativas como a ferramenta de IA para checagem de fatos anunciada na última sexta-feira (27), são fundamentais para o fortalecimento do debate digital e do aumento da confiança no jornalismo.



Fonte ==> Folha SP

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