Bloco reforça uso de moedas locais e expansão do comércio intrabloco em encontro de 2025 em Brasília
A integração econômica e a ampliação do comércio internacional foram o centro das discussões do BRICS 2025, realizado em Brasília. O encontro consolidou a ambição do bloco de se firmar como uma das principais forças motrizes da economia global, em meio a um cenário marcado por disputas geopolíticas e mudanças nas cadeias produtivas.
Entre as medidas anunciadas, o destaque ficou para a expansão do comércio intrabloco e o avanço nas negociações sobre o uso de moedas locais nas transações internacionais — estratégia que busca reduzir a dependência do dólar e proteger os países-membros das volatilidades cambiais.
Cadeias produtivas e infraestrutura estratégica
Os líderes do BRICS defenderam a criação de cadeias produtivas integradas em setores como manufatura, tecnologia, energia e agricultura. A proposta é estimular complementaridades entre as economias do bloco, elevando sua competitividade global e diminuindo vulnerabilidades frente a interrupções logísticas.
Para viabilizar esse movimento, foram discutidos investimentos em infraestrutura logística: corredores comerciais, portos, ferrovias e zonas de livre comércio. Especialistas presentes destacaram que tais investimentos são “condição essencial” para que o bloco se torne um polo dinâmico no comércio internacional.
Novos parceiros e presença global
A ampliação do diálogo com economias emergentes na África, América Latina e Oriente Médio também esteve na pauta. “Trata-se de construir alianças estratégicas que criem oportunidades compartilhadas e fortaleçam a posição do BRICS no comércio mundial”, afirmou a economista Carol Moura, durante o evento.
Além da diversificação de parcerias, o bloco sinalizou interesse em atrair investimentos estrangeiros e consolidar marcos regulatórios mais previsíveis, criando um ambiente favorável à iniciativa privada.
Rumo a uma nova ordem comercial
As decisões tomadas em Brasília reforçam a intenção do BRICS de transcender o papel de fórum de diálogo econômico e se consolidar como um ator estruturante do comércio internacional.
Ao promover a integração econômica, ampliar o uso de moedas locais e investir em cadeias produtivas conjuntas, o grupo sinaliza a construção de uma nova arquitetura comercial baseada em cooperação, equilíbrio e multipolaridade — um modelo no qual pretende ocupar posição central nos próximos anos.