Depois de ter prometido fazer o melhor de seus três governos —fora as duas experiências de Dilma, de triste memória—, o presidente Lula ameaça o Brasil com uma nova candidatura.
Não bastasse o aumento do preço dos alimentos, a obsessão por taxar, taxar, taxar, o assalto aos aposentados, o completo descaso com a violência que só aumenta em todo o país, o presidente se isola da realidade e não consegue ver que só há uma palavra para definir sua volta ao poder: decepção.
E o povo decepcionado não dará espaço para um quarto mandato de um político aos 80 anos de idade. Não por uma questão de velhice pessoal. O que está velho em Lula e no PT são as ideias —ou falta delas. O PT parou no tempo, o mundo avançou e a causa da decepção da maioria dos brasileiros é que nem o governo nem o presidente conseguem mais compreender o tempo em que vivemos e os desafios que o mundo coloca à nossa frente.
Nessa toada, o “truque” de uma eventual candidatura Lula seria ressuscitar uma mofada suposta “polarização”. Para aglutinar os seus e arregimentar, pela campanha do medo, setores médios e eleitores de centro de que “a extrema direita” —seja lá o que essa tolice retórica e eleitoreira for— precisa ser “derrotada”, com o preço caríssimo de um Lula 4.
O que o presidente não vê é que a verdadeira polarização de 2026 não vai ser ideológica, mas pragmática. Vai ser Lula versus o bom senso. Quando temos a ultrapassada ideologia do radicalismo ambiental que proíbe a exploração da margem equatorial do petróleo a 500 quilômetros de distância em alto mar e deixamos de criar riquezas para o Brasil —como a Guiana ao lado do Amapá está criando—, isso é um atentado ao bom senso.
Quando o governo decide ficar contra Israel e saudar o terrorismo do Hamas, isso é ficar contra o bom senso e prejudica o Brasil. Quando o governo fica contra a Ucrânia e a favor de seus invasores, falta de bom senso. Quando o presidente e pessoas próximas criticam o presidente dos Estados Unidos e chega-se até a usar palavrões para insultar integrantes do governo americano, isso não ajuda o Brasil em nada e não é a melhor escolha do bom senso.
Por isso, por mais que Lula tente recriar uma polarização entre direita e esquerda, seu grande adversário é a decepção profunda e crescente do povo com as sucessivas escolhas em que deixou o bom senso de lado e seguiu a cartilha de dogmas ideológicos.
Do lado da oposição, renovada e multifacetada, temos quadros como o governador Tarcísio de Freitas e nomes como o do senador Flávio Bolsonaro, com perfis de conciliação, de diálogo e que, por mais que o decepcionante incumbente tentasse criar uma campanha do medo, candidatos com esse histórico jamais se encaixariam na artimanha de caricaturá-los como bestas feras políticas.
Porque candidatos assim, fora tantos outros do espectro oposicionista, têm a marca do equilibro, do respeito à democracia e o compromisso de que o Brasil precisa olhar para frente e parar de ficar olhando para trás —como ficou durante o governo que começa a se encerrar.
Lula certa vez disse que era uma ideia. É sim, mas uma ideia ultrapassada. E o Brasil e as brasileiras e os brasileiros precisam desesperadamente avançar, conquistar sua dignidade com novos empregos, com um governo que trabalhe para as pessoas e não com as pessoas trabalhando cada vez mais para um governo que gasta demais, taxa demais e entrega pouco. E nada novo.
O Brasil da prosperidade vai vencer o Brasil da falta de bom senso. A polarização de 2026, se existir, será racional, pragmática e desapaixonada. Lula teve sua chance de voltar e fazer. Decepcionou. Não merece continuar. Tarcísio, Flávio e tantos outros representam a volta do Brasil para um governo centrado, com um rumo claro: olhar para frente e prosperar nossa gente.
O bom senso vai vencer o medo.
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Fonte ==> Folha SP