Palestra de Tucco alerta para riscos de não deixar seus rastros ou registro online para construção da reputação digital

A Arena Digitalks reuniu, nos dias 3 e 4 de dezembro, um ecossistema diverso de especialistas, executivos, creators e lideranças do mercado no Community Creator Academy, em São Paulo. Ao longo de mais de 20 horas de conteúdo distribuídas entre palestras e painéis, o evento consolidou sua posição como um dos principais espaços de debate sobre transformação digital, comportamento, reputação e os impactos da inteligência artificial nos negócios.

A programação trouxe nomes como Thais Pizzi (LinkeMe), Felipe Schepers (Opinion Box), Felipe Spina (Maestro ABM), Gabriela Sicito e Pedro Lins (Globo Ads), Ana Paula Passareli (Brunch), Marcelo Reis, Lito Aguiar e Felipe Bazon, além de referências nacionais como Victor Dellorto, Bruno Gimenes, Luiz Scadavra, Márcio Teschima, Lindolfo Alves, Claudio Santos (NextGroup), Camila Dutra, Luciano Ferrari (Getnet), Tico Fernandes, Andre Havt, Giovanna Gomes, Patrik Castilho, entre muitos outros.

No segundo dia, passaram pelos palcos nomes como João Kepler (Bossa Invest), Pyr Marcondes, Luiz Teles (Artplan), Leonardo Enrique (Visa), André Rechtti (Reckitt), Kellerson Kurtz (Fatal Model), William Torres (Correios), Guilherme Tropiano, Jean Valério, Diego Pamplona, Guilherme Aversa, Aurora, Fernando Godoy (Data Rain) e representantes de NWB + N Sports.

Foram dois dias com discussões que atravessaram temas como:

• comportamento do consumidor em 2026
• performance e arquitetura da jornada digital
• ABM e grandes contas
• evolução da economia criativa
• ROI de treinamentos em unicórnios
• hiperpersonalização e pagamentos
• brand purpose e cultura
• storytelling e imaginação estratégica
• marketing de ambiência
• modelo operacional do futuro com IA
• estratégias para e-commerce
• comunidade como ativo de marca
• inovação global
• novas relações humanas na era da IA

Entre as apresentações mais comentadas da manhã do dia 4 esteve a palestra “Suicídio Digital: como construir uma reputação à prova de cancelamento”, conduzida por Tucco, mestre de cerimônias oficial da Arena e CEO da PRNews. O tema ganhou aderência imediata entre os executivos presentes, especialmente por abordar um ponto sensível do mundo corporativo: o fato de que toda pessoa — física ou jurídica — já possui um “prontuário digital”, independentemente de querer ou não.

“Hoje, o Google não só apresenta quem você é; ele arquiva quem você foi. E com a IA, essas percepções não desaparecem — elas se multiplicam”, provocou Tucco durante a palestra. A discussão girou em torno dos riscos silenciosos que empresários ignoram diariamente: o histórico público, o comportamento nas redes, os rastros digitais, e o uso crescente de IA para análise, predição e, muitas vezes, julgamento reputacional.

Casos comentados no evento, envolvendo empresas como Mastercard, Correios, Reckitt, NWB, N Sports, entre outras, mostraram como decisões mal comunicadas, ausência de narrativa e falta de controle sobre o digital podem criar crises que se amplificam em escala.

A Arena Digitalks reforçou que reputação deixou de ser um conceito abstrato e passou a ser um ativo mensurável, que afeta:

• faturamento
• parcerias estratégicas
• atração de talentos
• acesso a investimento
• posicionamento competitivo
• capacidade de sobrevivência em cenários de crise

E, dentro desse contexto, a fala de Tucco se conectou profundamente com o público empresarial: “Reputação não se improvisa na crise. Ela é construída todos os dias, quando ninguém está olhando.”

O evento foi encerrado com a tradicional Arena Bossa, uma das maiores vitrines de startups do país, que distribuiu mais de R$250 mil em prêmios, incluindo verba, mídia e consultoria internacional.

Dois dias intensos que deixaram claro o recado: o futuro dos negócios não será decidido apenas por tecnologia, mas pelo comportamento dos líderes que a utilizam — e pela reputação que deixam registrada no processo.

A edição da Arena Digitalks terminou reforçando um ponto central para todos os setores presentes: tecnologia, dados e IA estão evoluindo rápido demais para que empresas permaneçam presas a narrativas antiquadas, perfis mal administrados ou decisões descoordenadas no digital. O evento mostrou que, independentemente do tamanho da marca, reputação e inteligência artificial caminham juntas na formação da percepção pública, moldando desde oportunidades comerciais até a sobrevivência de negócios em ambientes competitivos.

Ao final dos dois dias de programação, ficou claro que a Arena Digitalks não apenas apresentou tendências — ela expôs um diagnóstico preciso sobre o comportamento das empresas brasileiras diante do novo cenário digital.

E, como apontado em diversas palestras, entre elas a de Tucco, quem não assumir o controle da própria narrativa vai simplesmente terceirizar sua reputação para o algoritmo — e pagar o preço depois.

No fim, a mensagem que ecoou entre os participantes foi simples: tecnologia muda rápido — reputação queima rápido. E reconstruir custa cada vez mais caro.