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Estudo global mapeia sintomas da menopausa em mais de 60 países; dores são as queixas campeãs – 22/06/2025 – Pintando um Clima

Ilustração mostra várias mulheres de diferentes raças

Querida amiga periclimatérica-ou-menopáusica,

Se você tem sentido Coisas no seu processo de transição para a menopausa, em verdade vos digo: não só você não está louca como não está sozinha nesse planeta ermo de meo-deos.

Pelo menos, é o que se pode concluir a partir do relato de quase meio milhão de mulheres.

Uma recente revisão sistemática com metanálise reuniu dados de 321 estudos realizados nas duas últimas décadas (de 2000 a 2023), abrangendo mais de 482 mil mulheres de 61 países em todos os continentes.

O objetivo foi mapear os sintomas mais comuns da menopausa e como eles variam de acordo com a fase do climão, o estilo de vida e o contexto socioeconômico.

A conclusão geral? Tamo globalmente f### de verde-amarelo e todas as cores, com algumas nuances importantes conforme sintoma X território.

As dores que não são só suas

A queixa campeã em todo o globo foram as dores ou desconforto nas articulações e músculos. Quase 2 em cada 3 mulheres (cerca de 65%) relataram esse incômodo, como se pode ver em uma das tabelas do estudo.

Entre os sintomas físicos, em seguida vêm os fogachos (53%): mais da metade das mulheres relataram sentir isso com frequência – inclusive mulheres na pré-menopausa, isto é, em idade fértil e ainda não na perimenopausa, embora em menor grau.

O “salto” quântico dos calores vem, claro, com a perimenopausa. Enquanto na pré-menopausa estes aparecem em cerca de 3 a cada 10 mulheres, durante a peri o número quase dobra – e segue alto depois da menopa.

Aqui, gostaria de adicionar um comentário mío.

Massa, de fato maravilhoso que cada vez mais estudos como este sobre o climatério estejam saindo à luz, sobretudo dando VOZ às próprias mulheres.

Mas, como tudo quanto é coisa do tipo, há limitações.

Por exemplo, o critério dos estudos pra classificar as mulheres em pré, peri ou pós-menopausa seguiu as diretrizes principais da OMS, ancorando esse entendimento fundamentalmente na regularidade ou não do ciclo menstrual.

Ou seja: ce tá na pré se seu ciclo é regular; na peri se é irregular; e na pós se parô.

Ao mesmo tempo em que este é um anchorpoint clínico e investigativo importante, lembremos que o processo de entender sobretudo a perimenopausa – esse complexo e flutuante período de transição para a menopausa, que pode durar até uma década para algumas mulheres, gerando infelizmente muita confusão e desamparo médico no caminho – ainda está em progresso. Rrráite náu em 2025.

Estudiosos como a neurocientista Lisa Mosconi, autora de “O Cérebro E A Menopausa”, já afirmaram que outros sintomas como os neurológicos, por exemplo, podem indicar que estamos entrando na peri antes mesmo da desregulação dos ciclos.

#OkDesabafey Seguimos.

No ranking dos sintomas físicos, os fogachos são seguidos de perto pelos problemas de sono (52%), dor de cabeça (44%) e desconforto no peito (42%).

Não está só na sua cabeça

Em segundo lugar absoluto, vem uma questão psicoemocional-ou-como-quer-que-se-chame (o estudo chama de “sintomas psicológicos”, o que pra mim ainda é uma linguagem que meio subestima o iceberg inteiro): cansaço físico e mental (55%). Sintomas como irritabilidade, oscilações de humor, ansiedade e depressão aparecem entre 40% e 45%.

Em outras palavras, quase metade das mulheres no climatério relata sentir sintomas preocupantes relacionados à saúde mental.

Esquecimento (45%) e dificuldade de concentração aparecem em “Outros sintomas”, junto com mudanças na pele e formigamento – o sintoma menos frequente.

Quase metade das mulheres questionadas também reportaram problemas sexuais (45,4%). Combinados com secura vaginal (⅓ das mulheres) e problemas urinários (23%), temos aí mucho que hablar sobre o seriíssimo tema #TesãoESaúdeSexualNoClimão.

Viver onde (e como) importa

Em termos de contrastes socioeconômicos, previsivelmente mulheres de países com mais acesso a cuidados de saúde e melhor renda relataram menos sintomas.

Assim, por exemplo, as africanas reportaram muito mais fogachos (64,4%) do que os países da Oceania (39,9%). Em termos de países, Egito reportou 72,6% e Finlândia ficou com 14,5%, sugerindo uma forte influência econômica, cultural e, claro, climática nos sintomas.

Ou seja: como experimentamos o climatério em todo o mundo depende de muito mais do que os nossos corpos.

A influência do peso no climatério

Outro ponto importante que o estudo traz: mulheres com sobrepeso ou obesidade tendem a sentir mais sintomas, especialmente os relacionados ao sono, depressão, ansiedade e disfunções urinárias.

Por exemplo: 31,7% das mulheres com obesidade reportaram ter sintomas urinários, comparadas a 20,4% das com sobrepeso e entre 10 e 13% nas que estão na faixa de peso considerada normal segundo o IMC.

“Não me sinto eu mesma”: o enigma da perimenopausa

Junto com essa grande revisão sistemática, outros estudos recentes também têm buscado ouvir mulheres e sua percepção de sintomas — inclusive, graças aos dioses, na perimenopausa, o Grande Elefante Na Sala do Climatério.

Eu, que me dedico a trazer informação e ferramentas para mulheres que justamente estão nessa frase de transição da perimenopausa, comemoro muito especialmente iniciativas como esta do projeto Women Living Better.

Um estudo do grupo publicado em 2024 questionou mais de mil mulheres nos Estados Unidos e Canadá e identificou que 63% delas sentem com frequência “não serem elas mesmas” durante a perimenopausa.

Essa sensação – me digam aí quem sente/sentiu (eu, euuu!) – vem fortemente associada a sintomas como exaustão constante, ansiedade, tristeza, irritabilidade e névoa mental. Tudo isso, claro, contribui pra uma desconexão emocional e uma dúvida cruel constante: cadê a Eu de Ontem??!

Significativamente, o que mais pesou pra esse sentimento foram, segundo o estudo, mudanças de origem emocional e cognitiva. Ou seja, o impacto da peri vai muito além do físico — ele atinge também a forma como nos percebemos no mundo.

E o que eu faço com tudo isso?

Num vamo pintar de dourado, mas também não priemos cânico!!! (até porque isso piora a névoa mental, o estresse e nossa transição, miga)

Junto com o cuidado médico e tudo o mais, no dia a dia foi/é/será-siempre fundamental pra mim manter a calma e aproveitar a oportunidade da crise pra dar uma limpada nas tubulações pessoais.

Deve ser coisa de paciente oncológica que teve a sorte de sobreviver, mas também coisa minha: eu acredito que só se caminha pra frente, e é pra frente que eu vou – buscando qualidade de vida e, como eu disse, aproveitando a crise pra dar uma revisada nas energias, os objetivos, os sentimentos, as relações – inclusive, e mais importante de tudo, comigo mesma.

Algumas sugestões que nunca saem de moda, mas que são o básico-do-básico (num tem pílula, implante ou mandinga que substitua):

– Mexa-se com prazer: caminhadas, dança, yoga, pilates… o que te fizer bem. O movimento alivia dor, o principal sintoma do climão relatado no estudo, melhora o humor e regula o sono.

– Cuide do sono, da alimentação e da sua saúde mental: tente dormir melhor (mesmo que lançando mão de siestas ocasionais) e realmente invista em uma alimentação de qualidade, focada em turbinar tua saúde especificamente no climatério, além de estratégias para proteger a sua saúde mental e cognitiva durante o climão. Eu falo mais sobre isto na coluna e nos meus canais, vem comigo!

– Busque apoio profissional e social: encontre sua rede de apoio e faça todas as perguntas que achar necessárias. Compartilhe. Busque. Não se isole. Já deu pra ver que ce não está sozinha, mana!!

– Observe-se, proteja-se, expresse-se: cada fase (pré, peri ou pós-menopausa) tem suas nuances. O climatério é uma boa hora pra se escutar e se expandir. Busque-se, porque não tem Outra esperando a gente depois da esquina.

O climatério, e eu acredito muito nisso, não é o fim — pode ser o começo de uma fase mais conectada, livre e vital. Bora juntas.

(Siga meu perfil no Instagram pra mais papos sobre climão e além)





Fonte ==> Folha SP

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