Há uma nova filantropia em curso. Um movimento que avança unindo propósito, pensamento estratégico e ações concretas para redesenhar a atuação social.
Uma lógica orientada para a criação de soluções sustentáveis capazes de resolver os grandes problemas da humanidade, ao invés de apenas mitigar os seus sintomas.
Nesse novo contexto, grandes doadores — famílias empresárias, fundadores e líderes do setor privado – se articulam com organizações do terceiro setor, representantes da sociedade civil, líderes sociais e com o poder público para cocriar iniciativas estruturantes.
Mais do que financiar projetos, esse ecossistema compartilha métodos, redes e capacidade de gestão, conectando capital e ação em torno de causas comuns.
Essa aliança –que rompe bolhas históricas– inaugura um novo ciclo, em que a filantropia passa a ocupar um papel central não só nas soluções do presente, mas, principalmente, na construção de futuros mais justos e sustentáveis.
A mentalidade estratégica na filantropia vem ganhando força e maturidade no Brasil, impulsionada por novas gerações de investidores sociais.
Um movimento que ganha ainda mais potência apoiado pela produção de conhecimento estruturado que aponta caminhos, define objetivos, orienta métodos e prioriza ações capazes de enfrentar os desafios complexos que marcam o campo social.
Esse novo ciclo abre portas para que o conhecimento e a pesquisa em temas de fronteira se aliem às estruturas filantrópicas desenvolvendo ao mesmo tempo maior plasticidade institucional e segurança na hora de conceber, desenvolver, testar e implementar novas soluções.
A capacidade de responder a contextos diversos, em territórios com dinâmicas e desafios diferentes, é hoje uma das competências mais valiosas para quem atua no campo social. Assim, ao combinar rigor técnico e escuta ativa, planejamento e adaptabilidade, as transformações se aceleram.
Para o campo social, não existem soluções prontas. Na verdade, o mundo não está pronto, está em construção.
Organizações abertas, trabalhando juntas, podem reconfigurar rotas com mais velocidade, algo que faz toda a diferença na hora de atender quem se encontra em um estado de vulnerabilidade.
Na prática, de um lado, temos filantropos cada vez mais dispostos a aportar além de recursos financeiros, sua experiência, visão de futuro, relacionamento e práticas avançadas de governança e gestão.
De outro, a academia, contribuindo com a ampliação da escala e do impacto positivo de curto e longo prazo para a sociedade.
A educação social assume, cada vez mais, o papel de traduzir propósitos em ações e ideias em modelos replicáveis para chegar, de fato, até as pessoas que mais precisam.
Despertando o senso de pertencimento, a independência e a capacidade de agir como elementos essenciais para que soluções ganhem escala, profundidade e transformação duradoura.
Criar ambientes de confiança e cooperação entre capital financeiro, capital intelectual e capital relacional para termos menor competição entre agendas é a chave para que, acima de projetos pontuais, possamos operar em rede.
Na Fundação Dom Cabral, acreditamos que construir um país mais justo, inclusivo e sustentável é um esforço coletivo. Fazemos mais pela sociedade quando atuamos em sociedade – investindo juntos, o melhor das nossas vocações.
Por isso, estamos ao lado de filantropos que acreditam no conhecimento um instrumento poderoso para acelerar as transformações reais. Porque o futuro não se improvisa
Fonte ==> Folha SP