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Geração Z no comando: como os jovens estão redefinindo o futuro agora

Valores, consumo, trabalho e propósito: entenda como a geração que nasceu conectada está moldando uma nova sociedade — e exigindo mudanças urgentes em marcas, empresas e instituições

A chamada Geração Z, formada por jovens nascidos entre meados dos anos 1990 até o ano de 2010, vem provocando transformações profundas nos hábitos sociais, culturais e profissionais.

Diferente das gerações anteriores que foram marcadas pela busca intensa por festas, encontros casuais e pela valorização da vida noturna, os adolescentes e jovens adultos de hoje apresentam outros interesses: desenvolvimento pessoal, espiritualidade e empreendedorismo.

Menos balada, mais propósito

O estudo The First Global Generation: Adulthood Reimagined for a Changing World, da EY em parceria com o Young China Group, que entrevistou mais de 10 mil jovens de 18‑34 anos em 10 países,  aponta que boa parte dessa geração demonstra menor interesse por baladas, bebidas alcóolicas e relacionamentos vazios, práticas comuns entre jovens das décadas anteriores.

Em contrapartida, cresce o número dos que encontram prazer em atividades antes vistas como menos populares, como leitura, atividades físicas, dormir cedo e o consumo de conteúdos que estimulem a reflexão. Essa mudança não significa rejeição ao lazer, mas sim uma reconfiguração: os encontros estão mais associados a projetos, causas e valores do que apenas à diversão.

Outro aspecto revelador é a forma como lidam com a vida afetiva. Muitos jovens mais conscientes têm priorizado o crescimento pessoal antes de se envolver em relacionamentos. O foco está em construir versões mais maduras de si mesmos, visando futuros vínculos mais saudáveis e duradouros.

Eles entendem que, quanto menos se envolvem em vínculos temporários e disfuncionais que servem apenas como passatempo, não promovem evolução e, muitas vezes, deixam marcas negativas nas emoções e até mesmo na própria imagem; mais se preservam para experiências verdadeiramente profundas e significativas. Dessa forma, não enxergam o relacionamento como simples entretenimento, mas como a oportunidade de construir conexões transformadoras.

A fé como parte da identidade

A espiritualidade também tem ganhado espaço. Muitos da Geração Z têm resgatado a fé como parte de sua identidade, demonstrando interesse em valores transcendentes e no desejo de viver de acordo com princípios. Um levantamento internacional feito pela Youth for Christ apontou que cerca de 52% dos adolescentes e jovens das gerações Z e Alpha ao redor do mundo se identificam como cristãos, buscando um estilo de vida fundamentado em princípios milenares que resgatam comportamentos perdidos ao longo do tempo.

Essa busca não está ligada apenas à religiosidade formal, mas a um desejo consciente de sentido, propósito e relacionamento direto com Deus. Apesar da modernidade e das conquistas da humanidade, muitos valores essenciais foram perdidos, e no contexto emocional, pessoal e relacional, isso não tem trazido saldo positivo. As gerações anteriores provaram que a perda de princípios está associada ao aumento de problemas emocionais, intolerâncias e conflitos.

Grande parte da Geração Z já é fruto de lares divididos ou de ambientes opressivos, o que os faz olhar para o futuro de maneira diferente, com a vontade de resgatar valores essenciais. Muitos enxergam no cristianismo uma forma de restaurar esses fundamentos, construindo uma vida pautada em ética, amor ao próximo e integridade, que pode equilibrar suas experiências emocionais e relacionais.

Empreender cedo, sonhar grande

O empreendedorismo tornou-se marca dessa geração. Com acesso facilitado à tecnologia e às redes sociais, adolescentes já atuam como criadores de conteúdo, escritores, fundadores de negócios e inovadores em diversas áreas.

Pesquisa da AXA UK mostra que 6 em cada 10 jovens querem abrir seu próprio negócio. Diferente das gerações passadas, mais acostumadas a percursos profissionais lineares, a Geração Z prefere experimentar, criar e reinventar o futuro.

Uma juventude que redefine intensidade

Se nas décadas anteriores a balada e os encontros ocasionais simbolizavam juventude, hoje os jovens têm escolhido investir em si mesmos, seja no estudo, na fé, na saúde ou no trabalho criativo.

Pietra Seabra, no lançamento do seu segundo livro

Um exemplo claro dessa nova mentalidade é Pietra Seabra, jovem de 17 anos que já reúne um repertório impressionante de experiências e conquistas. Aos 13, lançou seu primeiro livro, tornando-se um sucesso editorial e ganhando destaque em canais de TV e portais de notícias.

Hoje, com três livros publicados, um deles em inglês, Pietra acumula centenas de leitores no Brasil e nos Estados Unidos, sendo considerada uma autora top seller. Em 2024, foi convidada por sua editora para participar da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, e atualmente trabalha na conclusão do terceiro volume de sua trilogia. Além de escrever, administra a própria carreira como escritora.

Aos 14, iniciou a carreira como modelo em São Paulo após ser descoberta por Dilson Stein, o mesmo olheiro que revelou Gisele Bündchen. Dois anos depois, tornou-se sócia e embaixadora de uma marca de moda premium, onde, além de estampar campanhas, também atua nos bastidores das coleções.

Multitalentosa, Pietra também se destaca nos estudos. Aos 16, ainda cursando o segundo ano do ensino médio, conquistou uma bolsa de estudos em uma universidade dos Estados Unidos, onde irá estudar Business e Empreendedorismo. Lá, também será atleta universitária de tênis, representando a instituição na liga americana.

Recentemente, foi convidada a ser roteirista e apresentadora de um programa de TV voltado à Geração Z que leva o próprio nome e que, em menos de três meses, já aproxima de 9 milhões de visualizações.

A jovem já foi convidada para entrevistas, podcasts e palestras em eventos voltados tanto para adolescentes quanto para mulheres empreendedoras.

Cristã, ela acredita que a vida tem estações, e que cada uma delas precisa ser vivida com intencionalidade e propósito. “Tenho uma visão muito clara do meu futuro e de onde quero chegar. Gosto do descanso, do lazer e das amizades, faço coisas normais de uma jovem. Mas em menor intensidade e frequência. Prefiro dedicar parte do meu tempo a atividades que me ajudam a construir meu futuro”, afirma.

“Mesmo sendo tão nova, entendo que a maturidade é um caminho que quero trilhar, e não quero que ela seja construída apenas por um empilhamento de erros da adolescência. Treino minha mente, blindo minhas emoções e busco viver de acordo com meus valores.”

A história de Pietra reflete uma mudança geracional em curso. A Geração Z tem mostrado que amadurecer mais cedo não significa perder a leveza, mas redefinir o que é viver bem: menos excessos, mais sentido; menos superficialidade, mais coerência.

É uma geração que encontra na disciplina, espiritualidade e coragem de empreender as suas formas mais autênticas de expressão. Embora o caminho pareça fácil se visto de fora, esses jovens enfrentam pressões, renúncias e insegurança, e descobrem, no resultado, um prazer mais duradouro: aquele que se constrói passo a passo, com o olhar sempre fixo no ponto que se quer chegar.

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