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No limite da alavancagem, Aegea mira novas concessões

No limite da alavancagem, Aegea mira novas concessões

A Aegea — maior empresa privada de saneamento básico do Brasil e uma das maiores do mundo em número de pessoas atendidas — está de olho em novas oportunidades de expansão. No radar da companhia, estão leilões de concessões de distribuição de água e coleta e tratamento de esgotamento sanitário em Pernambuco, previsto para dezembro na B3.

Outro fator relevante que é acompanhado é a possível privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), prioridade do governo estadual de Romeu Zema (Novo) e cuja definição é aguardada para antes do término do mandado dele, em 2026.

O leilão em Pernambuco é visto pela empresa como uma oportunidade de operar em escala parecida com a de concessões ganhas recentemente: no Piauí em outubro do ano passado, e no Pará em abril. Em entrevista à Gazeta do Povo, o executivo responsável pela gestão financeira da Aegea, André Pires, falou sobre os planos da companhia, que dependem da viabilidade financeira dos projetos de concessões e da capacidade de a Aegea manter a estrutura de capital sob controle.

“Nós vamos olhar especialmente o caso de Pernambuco para entender a modelagem. Mas temos que superar dois temas importantes: se o nível de retorno está adequado às expectativas dos acionistas e se temos a estrutura de capital necessária”, disse Pires. Em relação ao leilão da Copasa, o executivo afirmou que o processo “vai despertar muito interesse, de muita gente”.

“Para nós depende de como a modelagem da privatização será feita, mas é uma empresa bem administrada, que tem um balanço relativamente pouco alavancado, e é o segundo maior mercado do Brasil depois de São Paulo”, complementou ele.

O diretor-executivo da Aegea ressaltou que os juros no Brasil “vão continuar altos de maneira estrutural por muito tempo”, o que impacta no custo da dívida da empresa, atualmente em CDI +1,2% ao ano. O alto patamar está justamente no CDI, de aproximadamente 14,9% no acumulado dos últimos 12 meses.

Apesar do alto custo da dívida, a empresa continua atraindo investidores. “Estamos com muita liquidez no mercado e muita demanda de investidores locais e internacionais para financiar projetos como os nossos, pois temos uma combinação interessante de infraestrutura de serviços públicos, com previsibilidade de receita, e muitas operações com o selo ESG”, afirmou Pires.

No final de setembro, a Aegea fez uma emissão dos chamados blue bonds, títulos de dívida ligados à gestão sustentável da água. A venda dos papéis com prazo de 10 anos e rendimento de 7,625% resultaram na maior emissão corporativa de blue bonds do mundo. A empresa levantou US$ 750 milhões, mas a demanda chegou a US$ 2,4 bilhões.

Aegea atingiu limite de endividamento, mas ecossistema de parceiros é aposta para disputar concessões

A Aegea opera com alavancagem consolidada de 2,8 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), mas esse índice sobe para quatro vezes quando considerados todos os ativos da companhia, como a Águas do Rio.

De acordo com Pires, esse é o limite considerado seguro pela companhia. “Gostaríamos de ficar nesse teto de em torno de quatro vezes. Nosso objetivo é não ultrapassar esse patamar e, se ultrapassar, que seja por pouco tempo”, afirmou.

Pires defende que a empresa está com a alavancagem adequada para o nível de desafio atual. “Procuramos evitar que esse número suba e, se uma transação nova exigir ou resultar numa alavancagem maior, trazemos fontes adicionais de capital para evitar que supere esse limite”, disse.

Para disputar novas concessões sem elevar o endividamento, a empresa tem recorrido a sócios financeiros em projetos específicos. “Temos um ecossistema de parceiros que tem entrado conosco em algumas operações. Na Corsan, por exemplo, temos como sócios dois fundos de infraestrutura, Perfin e Kinea. A Aegea tem 75% e eles possuem 25%. Com isso, conseguimos ir dosando o capital que precisamos colocar nas concessões”, explicou.

Do segundo trimestre de 2024 até o segundo trimestre de 2025, o Ebitda da companhia foi de R$ 10 bilhões e o investimento Capex de aproximadamente R$ 6 bilhões ao ano. A Aegea administra 370 contratos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), opera em 892 cidades em 25 estados brasileiros.

Entre juros altos e oportunidades bilionárias, a Aegea aposta em um modelo de crescimento que combina capital de parceiros, expansão gradual e disciplina financeira. A estratégia é manter o avanço sem estourar o limite da dívida, mirando novos contratos de concessões, como o de Pernambuco, enquanto observa de perto novas oportunidades como a provável privatização da Copasa em 2026.



Fonte ==> UOL

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